terça-feira, 8 de novembro de 2016

Alunas assaltadas dentro do CAMPUS CTAN denunciam o descaso da UFSJ

"Obrigado UFSJ por não prestar nenhum apoio até o momento. O time de futsal feminino agradece tamanha preocupação"
Fernanda Carvalho Viegas, uma das alunas da UFSJ que fora assaltada dentro do ginásio do Campus da UFSJ, manifestou toda a sua indignação com o ocorrido em sua página do Facebook. Lá, ela posta uma foto da equipe de futsal da qual faz parte com os seguintes dizeres: "Obrigado UFSJ por não prestar nenhum apoio até o momento. O time de futsal feminino agradece tamanha preocupação." 

"Sim, este foi o único contato que tive da UFSJ..."
O único contato que a aluna Fernanda recebeu por parte da direção da UFSJ foi uma advertência por escrito, por ter deixado seu carro estacionado em local proibido dentro do Campus. Fernanda, que teve a chave de seu carro roubada junto com seus outros pertences enquanto treinava dentro do Campus, desabafou da seguinte forma: "Sim, este foi o "único" contato que tive da UFSJ... eu sei que meu carro não poderia ficar parado ali, mas fazer o quê se roubaram minha mochila com a chave dentro?!"

Alguns alunos da UFSJ, em solidariedade a Fernanda, também fizeram questão de manifestar indignação com o ocorrido e com o descaso da direção da universidade para com as vítimas deste episódio. Reproduzimos a seguir os comentários que seguiram a postagem de Fernanda:

Mariana Mosqueira: "Uma vergonha a falta de interesse da faculdade pra nem ao menos saber como estamos após tudo que passamos pela falta de segurança na faculdade, porque nem treinar em paz podemos."
Iara Carvalho: "Na hora de fazer "politicagem" vem com tudo! cadê todo mundo agora? Cadê a atlética p ajudar? Soh postar nota,enviar ofício e ficar marcando gente no face não ajuda em nada! isso que todas recebem em troca por "defender essa camisa"! Elevamos o nome da faculdade onde se quer éramos conhecidos! o time da "roça , do interior" foi crescendo e junto levantando o nome da faculdade! Competições em vários lugares do Brasil que nem sabiam que existia UFSJ! Não estou falando que foi apenas o futsal feminino! Prestem atenção! Mas sim! Fomos umas das pioneiras nisso! Apoio mínimo para treinar e competir! O resto tudo bancado pelas atletas e alguns patrocinadores! É deste mínimo que se tem agora nem se pode contar!! Tá danado heim!"

Daiane Cristina:  "Apoio 0, uma vergonha! Não foi só os bens materiais , mas o trauma psicológico que sofremos foi muito grande, e como sempre é uma contando com a ajuda da outra, uma apoiando a outra. TA DIFÍCIL!"

Euclides Couto: "É um absurdo que a UFSJ não se posicione publicamente e pior ainda o fato de não prestar atendimento às alunas que foram vítimas dessa violência!"

Tamyres Sandim: "Isso pq aconteceu dentro do ginásio e dentro da Universidade. Imaginem se fosse fora. Além de não darem o respaldo psicológico e moral pra vcs, não falam de nenhuma melhoria para a segurança dos alunos. O CTAN é perigoso em qualquer hora do dia, quem estuda lá sabe muito bem o que rola. Até pra quem vai de bicicleta e passa pela rodovia é perigoso, por conta de acidente, assalto e estupro. Eu já estava sem palavras ontem por tudo o que aconteceu. Depois fica sabendo que os assaltantes foram soltos e agora que a UFSJ não fala NADA! Que o esporte sempre foi um NADA pra UFSJ, isso eu sempre soube, só não sabia que consideravam seus alunos assim.

Tamyres Sandim:  "7 de novembro às 23:39 · Time feminino de futsal da UFSJ sofreu assalto a mão armada agora pouco no CTAN! Não sou jornalista para fazer uma boa manchete e nem queria estar dando essa notícia. Mas como ex aluna (e atual ainda) e co-fundadora do time de futsal feminino, venho aqui deixar essa nota de repúdio para os responsáveis. Não se pode treinar/praticar esporte mais, nem dentro e nem fora da Universidade. Cadê a segurança? Cadê equipamento, automóvel e talvez armamento pra eles trabalharem? Fiquei sabendo que até diminuíram o contingente de segurança por esses dias. Cadê a Atlética? Cadê a Reitoria? Eu fico muito triste, pelo susto que as meninas devem ter passado, pelos materiais roubados e pelas dificuldades que enfrentam. Já não tem apoio NENHUM para representar a Universidade, ainda correm risco de vida treinando dentro da UFSJ. Espero que resolvam isso, pois não é a primeira vez que isso acontece... dessa vez teve ate tiro pro alto. E que não cancelem os treinos noturnos como medida protetiva. Todos sabem muito bem o q precisa ser feito. Meninas, todo meu apoio a vocês e não desistam. Se vocês não podem falar, eu falo por vocês, mesmo que de longe!"

Bianca Carolinne: 07/11/2016 por volta das 20:00hrs - Ginásio poliesportivo do Ctan - UFSJ Data, hora e local de um dos piores momentos que já passei até hoje. Não há como explicar a sensação de ser assaltada à mão armada dentro da minha instituição de ensino, me desesperar ao demorar encontrar meus amigos e perceber um certo descaso.
Alguns classificaram como cenas de terror e estão certos, parecia um filme. Entenda o roteiro:
 "Você está tranquilamente finalizando seu treino de futsal e decide jogar um pouco de vôlei, acreditando estar seguro, em uma segunda feira normal, praticando esporte. Momento em que 3 rapazes adentram o ginásio com blusas na cabeça e portando armas, Sim armas. Eram duas, uma longa e um revólver e abordam o casal que estava na arquibancada aguardando o treino de vôlei. Por 3 segundos ninguém se moveu, ninguém acreditava que aquilo poderia ser real. E num estalo coletivo todos desesperados correndo. A maioria correu para o fundo, onde havia um outro portão, afim de escapar de algo pior. Assim por instinto conseguimos arrombar o portão e a maioria se espalhou pelo mato e pelo bambuzal.
O que ninguém imaginava era ir de encontro ao caminho dos criminosos. Não, o tiro citado nas reportagens por ai nãooo foi pro alto, eles são frios, o tiro foi proposital e direcionado. Acompanhado pela seguinte frase "não corre não, não correee". E eles sumiram.
Daí vem a pior parte. Cadê todo mundo? ?? Cadê os meus amigos? Alguém teria sido atingido??? Depois de muito sufoco, choro, correria, medo e algumas escoriações um finalmente vai dando notícia que o outro está bem e está em tal lugar escondido ou voltando para o ginásio. 
Aí ....... Enfim chega alguma ajuda. É isso mesmo, eu não me esqueci de citar não, é que só chegou alguém depois disso tudo mesmo. O desespero e a indignação era tanto que eu só pensei em correr em direção à nossas coisas que ficaram ali, atrás deles e gritando "segurança".
Nessa noite eu e meus amigos ficamos na delegacia até 4:30 da madrugada e nada resolvido. Não que os policiais não tivessem feito sua parte (agradeço e os parabenizo), mas a lei so defende vagabundo, produto final da lei é a vítima presa e o bandido solto. Não bastasse o trauma/prejuízo psicológico, físico e material, tem tb o cansaço e a sensação de impotência.
Ontem 08/11/2016 passei o dia entre delegacia, rastreamentos e Ctan . Mais tempo na delegacia que qualquer acusado ficou. Sem contar as situações no mínimo estranhas que passamos nesse período pós assalto. As quais me deixaram por um momento com medo de fazer essa postagem, mas eu pensei bem e não posso ficar calada. Além disso eu tô amparada!!! Não tanto pela lei que é muito falha, mas quem cuida de mim nunca dorme. E é a Ele quem eu agradeço pela minha vida e a vida dos meus amigos, poderia ter sido pior, mas o "nosso santo é forte, é incrível nossa sorte".
Agora, sobre a segurança da Universidade Federal de São João del Rei eu não preciso nem citar o ABSURDO que é. Todos estão cientes, tanto é que os marginais têm tido a audácia de praticar delitos nos entornos do nosso espaço físico e agora DENTRO das acomodações. Eu estou INDIGNADA. Eu nunca imaginei viver nada parecido. Eu quero respostas, eu quero algum apoio, eu quero poder estudar, praticar esporte, trabalhar com segurança. ISSO NÃO DEVERIA SER PEDIR MUITO. ISSO É BÁSICO. ISSO É MEU DIREITO DE IR E VIR. DE ESTUDAR. DE CONVIVER EM SOCIEDADE. OOOOOOOOU EU VOU TER QUE FICAR PRESA EM CASA, PARA A BANDIDAGEM FICAR SOLTA????? 
 A minha sensação é que já somos "notícia velha" onde ninguém faz mais nada pra resolver algo. Que sensação horrível, avassaladora! Aproveito para me desculpar por me estender neste texto, é um desabafo feito com as lágrimas escorrendo. E também gostaria de agradecer as mensagens de preocupação e apoio que recebi, não consegui responder a todos ainda. Mas fiquei imensamente feliz por saber que tanta gente se preocupa comigo e com todas do meu time, o Futsal Feminino UFSJ. JUNTOS SOMOS MAIS FORTES.

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